A formação agora terminada, BE 2.0, trouxe-nos
partilha de saberes e troca de algumas experiências. Se já púnhamos algumas
delas em prática, estamos certos de que dela nos ficará muito material para
experimentar e pôr ao serviço da escola e da biblioteca. A formação em
Web 2.0 tornou-se imprescindível para os profissionais da educação em pleno
séc. XXI. A nossa condição de professores bibliotecários traz-nos
responsabilidades acrescidas, não só no modo de encarar novas formas de ensinar
em aula, mas igualmente na necessidade de criarmos e servirmos de exemplo a
novas formas de colaborar no seio de uma organização que é a escola e no modo
de nos envolvermos com as instituições com que contracenamos neste processo,
cada vez mais alargado, de partilha e de construção dos saberes.
Nesse sentido, este género de formação
dos professores (as novas tecnologias) e, mais do que isso, o trabalho em
rede são as condições necessárias (mas nem sempre suficientes) para criar
pontes ou reforçá-las entre a biblioteca e os seus utilizadores. A Web 2.0 veio
trazer muitos aplicativos que os professores devem aprender a disponibilizar a
alunos e a docentes. O facto de os jovens serem considerados a geração digital nada implica que eles saibam utilizar
as TIC em prol da sua aprendizagem, mas tão somente a favor do seu lazer. A
este propósito referimos o estudo “O impacto da Web 2.0 nas bibliotecas
escolares das escolas secundárias do concelho de Lisboa” (Tiago e Cunha, 2011)1 em que os autores citam Kuhlthau, uma
investigadora destas questões de aprendizagem através das novas tecnologias:
A aproximação entre Nativos e Imigrantes digitais é
importante não só para aproximar educadores e educandos num
modelo de ensino adaptado, mas também por perceber que pertencer a uma geração
digital contempla riscos que devem ser tidos em conta numa reestruturação do
sistema educativo, isto porque o excesso de informação que decorre das TIC é um
dos grandes desafios do ensino, a escola deve auxiliar os alunos a trabalhar
com a informação disponível (KUHLTHAU, 1999).
A escola em que trabalho é uma escola
secundária do concelho de Lisboa, especializada em ensino artístico, e foi uma
das escolas que fizeram parte do objeto de estudo acima referido
(Tiago e Cunha, 2011). Os currículos da escola, desde 2005, são exigentes
quanto às competências a desenvolver na área das tecnologias e, também por esta
razão, a biblioteca tem sentido necessidade de corresponder a essa exigência,
pelo menos esbater o mais possível a grande diferença entre o domínio do
digital entre alunos e a oferta digital da biblioteca. Assim, a biblioteca da
Escola António Arroio oferece atualmente plataformas que podem ser utilizadas
pelos seus usuários, mas também por todos os que nos visitam com regularidade
quer na página da biblioteca quer no blogue. Porém, algumas questões se
colocam do lado de quem deve refletir de forma permanente todas estas
questões, isto é, os profissionais do ensino:
(i) a evolução das
tecnologias, que obriga a um esforço de atualização constante;
(ii) a
necessidade de colocar os recursos educativos, ferramentas digitais e outros
aplicativos ao serviço dos utilizadores;
(iii) uma visão esclarecida das
hierarquias sobre esta realidade e que valorizem as TIC como recursos
fundamentais - e quem acumula esse esforço de atualização;
(iv) o tempo necessário para dedicar a estas questões do digital (cada vez mais escasso);
(v) e, por último, a importância de educar os alunos, pais, educadores e
tutela, na crença de que todas estas questões são importantes e que temos o
dever de conseguir fidelizá-los não só ao espaço da biblioteca, mas também ao
espaço digital. Falamos, portanto, de literacia digital, da necessidade de incentivar a utilização das novas tecnologias, ou ferramentas digitais, em prol de uma maior qualidade do ensino aprendizagem.
Como já referimos, na nossa escola
tem havido um empenho nestas questões ao longo de anos, mas a nossa experiência
diz-nos que estas questões não são fáceis de resolver, nomeadamente a de incutir nos alunos boas práticas diárias na área do
digital. A maioria dos alunos da nossa escola integra de forma habitual as
tecnologias na sala de aula, por via dos recursos obrigatórios das aulas de
projeto. A pesquisa na web para trabalhos, nomeadamente a pesquisa projetual, é
também uma prática diária incentivada e muitas vezes faz-se com o apoio de
professores das disciplinas e até da biblioteca. Contudo, nas disciplinas
teóricas, dissuadimos a pesquisa digital em detrimento da pesquisa
bibliográfica, a fim de evitar o plágio, por exemplo, ou a
necessidade de criar boas práticas de pesquisa bibliográfica quando avançam para o ensino superior.
Nós já disponibilizamos ferramentas várias (na página web da biblioteca) para utilização diária nas práticas letivas, mas neste tipo de recursos a disponibilizar duas qualidades se impõem: visibilidade e funcionalidade. Daí que o nosso próximo objetivo seja a elaboração de uma plataforma de ferramentas que se tornem funcionais e atrativas. E torná-las operacionalizáveis pela comunidade escolar. O documento é apenas um projeto muito esquemático, pouco desenvolvido, mas contém as questões que consideramos essenciais.
Nós já disponibilizamos ferramentas várias (na página web da biblioteca) para utilização diária nas práticas letivas, mas neste tipo de recursos a disponibilizar duas qualidades se impõem: visibilidade e funcionalidade. Daí que o nosso próximo objetivo seja a elaboração de uma plataforma de ferramentas que se tornem funcionais e atrativas. E torná-las operacionalizáveis pela comunidade escolar. O documento é apenas um projeto muito esquemático, pouco desenvolvido, mas contém as questões que consideramos essenciais.
Atividade-projeto
a desenvolver: AQUI
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1 CUNHA, Thiago e FIGUEIREDO, Marina (2012) “O impacto da WEB 2.0 nas escolas secundárias do concelho de Lisboa” – BAD-Atas do congresso Nacional (2012) [ aced. em 11 nov. de 2012]
http://www.bad.pt/publicacoes/index.php/congressosbad/article/view/349 [aced. 29 de dez. 2012]
http://www.bad.pt/publicacoes/index.php/congressosbad/article/view/349 [aced. 29 de dez. 2012]